Me ame quando eu menos merecer, pois é quando eu mais preciso

Nesses últimos tempos tenho passado muito tempo sozinha, uma vez que optei por trabalhar em casa mesmo. Meu computador tem sido meu melhor amigo por horas a fio.

Tem horas que o silêncio é tanto que chega a doer... Não é que eu não goste da paz e do sossego que o silêncio traz consigo. Na verdade, eu preciso do silêncio para pensar e criar melhor. Acontece que deste silêncio surgem algumas questões (e quem disse que o silêncio não fala?).
É nesse silêncio que pairam várias perguntas, ainda sem respostas. É nesse silêncio que muitos pensamentos estranhos habitam meu eu interior. Que eu me pergunto qual o sentido da vida, se estou fazendo as coisas corretas, se estou correspondendo ao amor que me dão e se estou vivendo com a intensidade que devia.
Mas cadê respostas? Elas não vem e isso, de uns tempos pra cá, tem perturbado.

Sinto que mudei muito com o passar dos anos. Tenho ficado muito reclusa e às vezes a menina doce, espontânea, às vezes tímida, às vezes falante que vive em mim deu lugar a uma pessoa introspectiva, impaciente e intolerante.

Queria deixar de lado os fantasmas, medos, ansiedade e angústia... queria voltar a ser criança e viver mais leve...

E quem disse que eu tenho coragem de dizer tudo isso para alguém? Aprendi a trancar tudo em mim mesma. A não expor minha fragilidade, a não gritar quando algo me fere, a chorar baixinho para que meu choro não incomode que está por perto.

Hoje, com o coração bem apertado, desabafo com várias amigas que sequer conheço. Mas em quem, mesmo que virtualmente encontro abrigo suficiente para me abrir

Acho que estou precisando de um colo de mãe, de um carinho de irmã, de um afago de amigo, de uma abraço sincero.